EM DEFESA DOS PAIS!

 

Os meses de julho e outubro são atípicos na vida do paraense. Em outubro a  vida se modifica por conta do nosso maior momento de fé, religiosidade e solidariedade, o Círio, em homenagem a nossa padroeira, Nossa Senhora de Nazaré. Já em julho, o motivo é mundano: é a celebração do verão, das férias, do prazer, do descanso, da agitação, da praia, dos igarapés, dos amores de verão, do peixe frito, do caranguejo no toc-toc, do churrasco, da cervejinha… de reunir parentes e amigos para festejar, e tudo isso é ótimo. O problema são os excessos cometidos nesse período.

Infelizmente, em julho aumentam consideravelmente os acidentes, especialmente os de carro, muitos deles provocados pelo excesso de bebida e de outras drogas e os índices de violência também crescem. No saldo do veraneio, a cada ano, alguns pais choram a perda de seus filhos, alguns deles menores de idade, em algum segmento de estrada, ou são chamados repentinamente para socorrê-los em razão de algum acidente em que eles se encontravam no papel de atropeladores ou de vítimas. E mesmo os pais que procuram ter um controle maior da situação e monitoram a saída dos filhos podem ser enrrolados nas artimanhas que os adolescentes armam com precisão.

A UTOPIA DA ILUSÃO

A adolescência é um período da vida marcado pela necessidade de pertencimento; os jovens precisam se sentir pertencendo a um determinado grupo social e se identificar numa turma de iguais. Assim formam-se as tribos, que tem uma forma de vestir, de falar, de pensar e de agir muito semelhante. O que importa para eles é o que eles pensam, a verdade está com eles e, por acreditarem nisso, pensam que vão mudar o mundo; as outras pessoas estão erradas, inclusive os pais.

Essa época também é um período marcado pela experimentação e, como em julho eles têm o tempo livre e vivem mais em bando, um incentiva o outro, propõe a novidade e fica muito mais fácil deles embarcarem nessa onda. É claro que o jeito como eles foram criados, os valores éticos e morais presentes na família e a forma como os assuntos mais presentes como possibilidades nessa fase – bebidas, drogas e sexo- são discutidos com eles, isso tudo vai influenciar na conduta deles. Mas garantia controle absoluto, nenhum pai ou mãe tem. Quem vive a utopia da ilusão são os adolescentes e não nós!

SENTIMENTO DE CULPA

É impressionante como não existem criaturas mais culposas do que os pais, em especial as mães. Toda vez que recebo pais em meu consultório, que me procuram em busca de ajuda para os filhos, a coisa que eu mais escuto é “eu acho que a culpa é nossa, nós erramos em tal coisa” e, muitas vezes, eles não são responsáveis pelo que esteja acontecendo com seus filhos, sempre foram pais presentes e amorosos. Vale ressaltar que os pais que são os donos da verdade e se acham acima do bem e do mal, jamais procuram um psicólogo, na casa deles a lei é eles mandam e os filhos obedecem, não importa a idade deles; como esse papel costuma ser mais do pai, a esposa também tem que acatar as suas ordens.

É dever dos pais amar, proteger, educar, acolher, cuidar, prover, acarinhar, fiscalizar, orientar e dar bom exemplo para os filhos. Filhos pequenos os pais dão ordem, filhos grandes ouvem conselhos, mas enquanto eles viverem na casa dos pais, dependerem deles e estiverem sobre a sua responsabilidade, os pais não devem se descuidar.. Fiquem atentos, vejam com quem eles andam, o que fazem, os lugares que frequentam… e mesmo que eles saiam à noite com os amigos e voltem para casa de carona, determinem que eles, ao chegarem, vão até o quarto de vocês para que possam ver se está tudo bem. Os pais não são a única influência na vida dos filhos, mas precisam ser uma referência boa e importante para que eles possam ter em quem se espelhar e um motivo forte para refazer caminhos.

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